O ex-ministro do STF Francisco Rezek, que, como ministro da Justiça no governo Collor, promoveu a demarcação em área contínua da reserva dos índios Ianomâmi, também em Roraima, argumentou contra o modelo de demarcação contínua da reserva Raposa Serra do Sol, no mesmo Estado. “Isso não é confronto entre indígenas e plantadores de arroz, não é esquerda e direita, conservadores e progressistas”, afirmou na sua argumentação.
Resek, que fala em nome dos arrozeiros, disse ainda que há contraste entre o laudo antropológico do governo e outros laudos sobre a demarcação, o que prova a “fragilidade” dos argumentos pró reserva em área contínua. Segundo ele, Roraima, por conta da reserva, se transformou em um “Estado virtual”.
“De certo modo, não quero esconder sentimentos, mas me senti vexado quando vi o Estado de Roraima tratado como as demais forças. É uma unidade da nossa federação, não é uma corporação. É uma unidade e seu interesse é perfeitamente legítimo em ver bem resolvida essa questão. Se transformou em Estado virtual. Os alunos da escola primária quando vêem no mapa acham que aquilo é Roraima, mas não é, aquilo só é 10%”, afirmou Resek. Ainda de acordo com o advogado, a situação é diferente da demarcação Ianomâmi.
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